O Tártaro e as condições da vida
na Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã fala da realidade dos Deuses

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

De: CLAUDIO SIMEONI em seu LIVRO: * A ESTIRPE DOS TITÃS *

A Religião Pagã e a Teogonia de Hesíodo

 

Tártaro

Delinear os mundos nos quais são formados a Consciência, o Conhecimento e o Poder de Ser torna-se, neste ponto, importante. Antes de lograr o saber acerca da formação do presente por parte de Zeus, deve ser definida a qualidade do desconhecido que nos cerca e, na qual, Zeus recorta o espaço da descrição em que construirá as batalhas para a sua existência.

Zeus e os Crônides emanam do desconhecido, e assim tiveram como escolha a construção deles mesmos em uma dimensão na qual nós, enquanto Seres Humanos, nascemos e vimos a ser. Nós devemos sair da dimensão construída por Zeus para alcançarmos o Olimpo. Sair da dimensão construída por Zeus significa que nós podemos atingir as mesmas condições, das quais Zeus partiu, para construir o mundo da razão. Esta dimensão é o Tártaro.

Hesíodo dá a descrição do que é o Tártaro. A sua descrição é tomada do ponto de vista de Zeus "em ser", o Zeus saído do Tártaro, não do ponto de vista de Zeus no Tártaro. Hesíodo não narra sobre a magia do Tártaro, nem o que seja o Tártaro, em função do vir a ser humano. Do momento em que Hesíodo faz como própria a ação de Zeus saído do Tártaro, assume o ponto de vista de Zeus em uma formação brotada do seu juízo particular. Por outro lado, se Zeus não tivesse construído o presente como o descrevemos, Hesíodo não teria narrado nada. Nós fazemos como sendo nossa a subjetividade de Zeus, mas simultaneamente não esqueçamos que nós não somos Zeus. Sabemos que potencialmente somos Deuses como Zeus, mas diferentes de Zeus. Zeus teve origem em Urano Estrelado, de Gaia, de Rea e Cronos. A sua origem é no mundo do tempo no qual se apropria da mutação para transferi-la aos sujeitos da Natureza. O mundo do tempo, o Tártaro. Aquele Tártaro diante do qual ergueu portas de bronze para que ninguém possa penetrá-lo. Aquele Tártaro que na soleira colocou Cérbero filho de Equidna com o objetivo de que nenhum Ser, filho de Hera, possa dele sair.

Para comentar a narrativa de Hesíodo nós não assumimos o ponto de vista de Zeus, mesmo alimentando o Zeus que cresce dentro de nós, e evocando o grande Zeus para que nesta nossa obra caminhe ao nosso lado; nós assumimos o ponto de vista dos Seres Humanos, da espécie, que germinou em Hera à qual nós pertencemos. Assumimos o ponto de vista da Natureza que alimentamos na nossa busca contínua para a remoção das ligações que nos impedem de expandirmos a nossa consciência. Nós, germinamos em Zeus, mas como Zeus nos transformamos através do Tártaro e através do Érebo.

Tudo tem origem no Tártaro.

Tudo se gera no Tártaro.

O que se gera do Tártaro, da ação para a transformação, é sempre o Tártaro!

De onde aparecem as águas frescas das quais bebemos e que têm as fontes como derivação? Do Tártaro depois que trabalhosamente abriu-se uma brecha para jorrar à luz do Sol.

De onde desponta a criança que então corre sob a luz do sol? Do Tártaro! Do ventre da sua mãe pessoal, quando o feto morre e nasce a criança.

De onde parte o meu intuir? Do Tártaro dentro de mim, ignorado pela razão e desconhecido à luz do Sol.

O Tártaro é um ambiente desconhecido à razão; o desconhecido do qual surge o conhecido. Esta é a primeira mensagem que Hesíodo nos transmite falando-nos do Tártaro.

Em que toma parte o Tártaro? Àquele grande redemoinho da construção do existente junto à terra negra, ao mar infecundo e ao céu estrelado. Isto é, ao primário sobre o qual os Crônides construíram as condições com a meta dos filhos de Hera construírem a si mesmos.

Por quê os Deuses sentem ódio daqueles lugares? Porquê naqueles lugares ele se formaram. Naqueles locais ostentaram a foice que Gaia construiu para os seus filhos, naqueles locais exercitaram o Pode de Ser deles reivindicando-o seja em relação a Cronos seja em relação ao Tártaro inteiro. Os Deuses do Olimpo emergiram do Tártaro e pretendem continuar a expansão deles fora do Tártaro, porquê o Tártaro produz o que eles são e os Deuses consideram o tempo que lhes vem de encontro, não ambicionam voltar novamente à vagina da mãe deles. Não existe, para um DEUS, o retorno ao passado ou o desejo ao "bom tempo antigo", existe somente a transformação que o faz crescer e o constrói para ele continuar a vir a ser nas mutações infinitas.

Os Deuses imortais têm ódio daqueles locais, não os Seres da Natureza, os filhos de Hera, que naqueles locais seguem forjando a si mesmos e emergem novamente para reivindicarem, na presença dos Deuses imortais, o direito deles de terem acesso ao Olimpo (ao direito deles para seguirem em direção à eternidade). A voragem enorme da qual os Deuses saíram, o amplo Tártaro, é o ambiente que deve ser alcançado pelos Seres Humanos, pela vez deles, para virem a ser Deuses; constitui a fonte das propagações dos impulsos emotivos.

Um precipício tempestuoso no qual o Ser Humano se lança, corajosamente, atravessando-o tempestade após tempestade, forte em sua bravura forjada sob a luz de Zeus. Isto é gigantesco também para os Deuses imortais que inspecionam esse precipício, de onde saíram, com inquietação: o que sairá do Tártaro? O que passará pelos Hecatônquiros? Os próprios Deuses se perguntam como fizeram para se transformarem e para saírem daquela voragem. Todavia, dessa voragem foram vomitados por Cronos os irmãos de Zeus, depois que este obrigou-o a vomitá-los. Agora observam com horror o lugar de onde vieram e com paixão ficam ao lado dos bravos que experimentam enfrentá-lo.

Não só as tempestades da vida, mas os filhos da Noite Negra são os terríveis habitantes daqueles lugares. Tentemos recordar os filhos da Noite Negra, habitantes e senhores daqueles lugares. Moros; o fantasma usado pela razão para impedir o Ser Humano de abandoná-la e poder entrar no Tártaro. Queres; a sequência de escolhas realizadas pelo sujeito que determinam o seu destino. Morte; o terror da razão como sendo o seu fim, a sua derrota, a sua destruição. Sono; o momento em que a razão perde o controle da noção do Ser Humano. Os Sonhos; o espaço em que o Ser Humano age fora da descrição da razão. Momo; a acusação com que a razão culpabiliza o Ser Humano que age fora da sua descrição. Desgraça; o resultado que conduz à carência de autodisciplina do Ser Humano. Hespérides; as provas através das quais o Ser Humano deve construir-se para poder colher os pomos de ouro do Conhecimento e da Sabedoria. Moiras; os fantasmas que aterrorizam o Ser Humano tirando-lhe a coragem para enfrentar o desconhecido. Queres; a sequência das transformações desenvolvidas conjuntamente onde a objetividade e o sujeito se movem. Nêmesis; o desejo de vingança como imposição subjetiva que antepõe o sentido de justiça ao sentido de oportunidade na fundação do futuro. Engano; enganar e o auto enganar-se, incapazes de chamar as coisas com o verdadeiro nome delas ou de perguntar a si mesmo o por quê das coisas. Amor; a destruição que dobra o Ser Humano através da chantagem dos sentimentos próprios. Velhice Desastrosa; a incapacidade para vigiar o tempo que vem de encontro, porquê fracassados na sequência das mudanças. Disputa; competir por competir esquecendo-se do fim da competição.

A competição pela competição esquecendo os fins da competição fixam o Ser Humano no mundo da razão, impedindo-o de entrar na voragem, e enfrentar a tempestade. Quando os filhos da Disputa agarram o Ser Humano não existe mais o Tártaro para afrontar-se, mas a espera pela doce morte que subtrai o Ser Humano da dor da existência.

Os filhos da Disputa afastam do Tártaro e são os primeiros que o Ser Humano deve combater e vencer para afrontar o Tártaro, de onde os Deuses do Olimpo dimanam, e no qual pode construir-se exclusivamente como um DEUS moldando o corpo luminoso particular.

Os filhos de Disputa são os terrores que, forçam o Ser Humano no quotidiano, obrigando-o a enfrentá-los e a combatê-los se desejar erguer o olhar em direção ao infinito. Os filhos de Disputa constrangem o Ser Humano a compactar-se em cada escolha e em cada ação para construir dentro de si forças suficientes para afrontar o Tártaro superando, "tempestade sobre tempestade", as portas de bronze. Recordemos dos filhos de Disputa para que o Ser Humano não ignore o que lhe impede de alcançar o infinito. Com o propósito de o Ser Humano não ignorar o que deve superar e resolver para ter Poder de Ser suficiente para superar as portas de bronze, afrontar as borrascas do Tártaro inexplorado e compelir os Deuses Titãs a tomá-lo pelas mãos. Todos os filhos de Disputa concernem ao quotidiano do Ser Humano e são eles: Pena Dolorosa; Esquecimento; Fome; Dores; Lutas; Batalhas; Delitos; Homicídios; Discórdia; Enganos; Discursos; Discursos Ambíguos; Anarquia; Infortúnios; Juramento.

Os filhos de Disputa tendem a bloquear o Ser Humano no quotidiano, ao mesmo tempo que os seus irmãos, filhos da Noite Negra, forçam-no ou a falir ou a disciplinar os seus voos no infinito. O Tártaro que o Ser Humano deve afrontar está fora dele, mas os seus inimigos, os filhos da Noite Negra, estão dentro dele e são as forças que o ajudam a superar as portas de bronze que Zeus construiu, se ele conseguir discipliná-los. Afrontar o Tártaro é assustador também para os Deuses. Do Tártaro eles saíram e, ao transformarem-se, perderam a memória do que eram e quais forças que compactaram-nos para de lá saírem. Neste momento olham com horror a objetividade da qual saíram porquê não existe um "tempo antigo bom ou uma idade de ouro", mas somente um futuro no qual vir a ser e transformar-se.

A dualidade construída entre os filhos de Disputa e os seu irmãos, filhos da Noite Negra, é o presente útil do vidente ao Ser Humano. De onde o Ser Humano deve iniciar para vencer a quem lhe impede de saltar ao infinito? Deve enfrentar os filhos da Noite Negra que bloqueiam o seu voo no infinito, ou deve enfrentar os filhos de Disputa tanto no quotidiano da sua vida como nos planos para o seu futuro particular. Os filhos da Noite Negra impõem ao Ser Humano os desafios, as armadilhas, as ocasiões no quotidiano da sua existência nas quais agarrar a sua atenção e a sua sobrevivência particular. Cada ação se desenvolve no instante presente. Para os Seres da Natureza a ação que praticam modifica os instrumentos deles para ser enfrentada a ação sucessiva. Assim, se ação é praticada agora, o instrumento com o qual enfrentar a ação sofreu uma mudança progressiva, foi forjado, ação após ação. A capacidade do Ser da Natureza para desenvolver as ações e para incidir no presente, é dada pelo acúmulo da quantidade de ações que se exprime como qualidade da ação no momento presente. No caso do Ser Humano, quando deve iniciar a afrontar o Tártaro desconhecido, existe um só caminho a ser percorrido: enfrentar os filhos de Disputa! São os mais simples. Os fenômenos deles caem dentro da descrição da razão e esta pode avaliar a coragem própria, por meio da qual poder enfrentá-los. A razão cada vez que enfrenta um inimigo, filho de Disputa, mesmo se não consegue vencê-lo, alimentará a sua coragem exclusiva. Forjará as armas psíquicas da determinação subjetiva; aprenderá a se preparar para afrontar o que tenta danificá-la. Quando, o Ser Humano, tiver de enfrentar Pena Dolorosa deverá elencar as coisas que tentam construir a aflição; deverá conhecer a origem; deverá remover o que constrói a Pena Dolorosa dentro dele: então estará pronto para removê-la! Quando conseguir removê-la significa que ele entrou no Tártaro e será infinitamente mais forte do que quando a Pena Dolorosa o forçava a se lamentar de ser incapaz de libertar-se. Enfrentar o Esquecimento e recordar a sequência das mudanças que nos levou a ser o que somos. Quem esquece está condenado a repetir os mesmos erros. Só que Esquecimento diz respeito às mudanças que nos levou a ser o que somos. O que somos é o resultado das mudanças daquilo que fomos; é a qualidade que surge de uma quantidade de mudanças e transformações. Quando se subjuga Esquecimento, recorda-se; entrou-se no Tártaro e foi-se purificado nas águas do Estige. Do mesmo modo para todos os outros filhos de Disputa. Enfrentá-los, um de cada vez, constrói a coragem no Ser Humano. Constrói no Ser Humano a psique, a emotividade, estruturando a energia da vida, construindo-lhe a bagagem para enfrentar os irmãos de Disputa, os filhos da Noite Negra.

As Queres, a sequência das escolhas finalizadas pelo indivíduo para enfrentar o que ele se tornou individualmente. Como poderia o Ser Humano afrontar as Queres e tomar em suas mãos o Poder das escolhas para determinar o seu próprio vir a ser se os filhos de Disputa, Pena Dolorosa, Esquecimento, Fome, Dores, Lutas e Batalhas, Delitos, Homicídios, Discórdia, Enganos, Discursos, Discursos Ambíguos, Anarquia, Desventuras, Necessidade de Juramento, condicionam-lhe a existência? E como poderia, o Ser Humano, submetido a tais tormentos, afrontar os filhos da Noite Negra como Morte, Sono, Sonho, Censura, Desgraça, Hespérides, Moiras filhas da Noite Negra, Queres, Nêmesis (como vingança), Engano (como uma incapacidade de captar o real atrás da forma aparente), Amor (entendido como envolvimento emotivo que submete e torna dependente), e Velhice Desastrosa? Como é possível afrontar os filhos da Noite Negra agindo no Tártaro e tendo-os sob domínio dentro de nós, quando não temos a força para vencer os filhos de Disputa, sendo que as suas manifestações estão inseridas na descrição do mundo da razão?

Todavia, observando bem, Disputa é um grande amigo! Lança-nos nos desafios da vida, não corta as asas nem priva das armas os Seres Humanos permitindo-lhes a vitória, alcançando o Tártaro para enfrentar os filhos da Noite Negra, e assim tornarem-se Deuses! Casualmente são os Seres Humanos que não aguçam as armas para os filhos deles, mas nem a Noite Negra nem Disputa teriam podido prever a implantação do carniceiro de Sodoma e Gomorra, nem do louco, que queria revelar-se como sendo filho desse carniceiro! Nem a Noite Negra nem Disputa podiam prever o nascimento da opressão sexual, da sujeição emocional, da destruição no indivíduo da sua determinação, com a qual pudesse afrontar as circunstâncias no presente, abandonando a persistência e entregando-se à autodestruição e ao horror. Nem a Noite Negra nem Disputa, que ampliam os Deuses, filhos de Disputa, contra os quais o Ser da Natureza afia as suas próprias armas da percepção, da inteligência, do intuir e, mais habitualmente, o nous próprio; poderiam supor que a própria capacidade para relacionar até a dor no indivíduo, que acaba de nascer, fosse destruída. Isto é, contra cada lei e respiro conferido a Gaia por Urano Estrelado. Quem teria dito que Eros, que rompe com as ligações da forma e libera dos vínculos da opressão pudesse ser morto, nas crianças, pelo carniceiro de Sodoma e Gomorra, pelo louco de Nazaré e pelos seus servos. Isto porém, concerne aos desafios de hoje, ao que não existia quando a Teogonia foi escrita, e a responsabilidade para enfrentar este novo horror incide apenas e tão-somente sobre nós. Estoicos, Platônicos e Neoplatônicos elevaram alguns filhos de Disputa, Discórdia, Enganos, Discursos, Discursos Ambíguos, à alicerce do universo chamando-os: Logos. O que seguiu a isto foi o desastre nas sociedades dos homens.

A casa da Noite Negra eleva-se de modo terrível, envolta em nuvens cinzentas (cinza plúmbeo). Nessas nuvens o Ser Humano deve entrar e vencer um de cada vez, os filhos da Noite Negra. Somente vencendo os filhos da Noite Negra ele vencerá a escravidão da razão. Somente vencendo os filhos da Noite Negra poderá descobrir a luz do Tártaro,

O Tártaro é vivo com suas luzes. Não é a luz do Ser Sol que ilumina Zeus e que tudo vê. É a Autoconsciência do Ser Sol que irradia vida, discernimento, saber e cognição. Esse saber, esse discernimento e essa cognição, que estão mudos ao irradiarem a luz aos filhos de Hera, mas tornam-se sabedoria e conhecimento aos quais os Seres podem alcançar do Tártaro.

Diante da casa da Noite Negra, Atlas filho de Jápeto, sustenta o céu com os seus braços incansáveis. Sustenta o céu estrelado do conhecimento e da sabedoria, ignorados pelos filhos de Hera, até superarem as portas de bronze e afrontarem o infinito que rodeia o mundo da razão.

O filho de Jápeto sustenta o céu lá onde a Noite e o Dia estão próximos, e um segue o outro. Onde está a noite do conhecimento está o dia da razão; lá onde o dia do conhecimento está a noite da razão. Um e outro não se encontram; um e outro estão separados na percepção humana.

O Ser Humano que debela os filhos de Noite Negra supera os confins de bronze da conscientização racional, e a luz do Sol transforma-se em Consciência do Sol. Quando no quotidiano existe luz há a ausência de conhecimento; quando no quotidiano há escuridão, um novo conhecimento prepara-se para iluminar-se. Sono e morte do corpo físico são dois estados de ser através dos quais "jamais o Sol esplendente a eles mira com seus raios". Porquê não são com os raios que o Sol resplandece no Amplo Tártaro, mas com a sua Consciência e com a sua Sabedoria.

Eis o Ser Humano dividido entre o quotidiano e a percepção da existência no vasto Tártaro quando Noite Negra, com os seus filhos derrotados, transforma-se em dia do Conhecimento e da Sabedoria:

Hesíodo escreve na Teogonia traduzida por Romagnoli:

- Têm as suas casas aqui na enevoada Noite os seus filhinhos,
a Morte e o Sono, Númens terríveis; e jamais os observa
o cintilante Sol com seus raios, nem quando ele se eleva
no céu, nem quando desce abaixo do céu. Estes,
unidos sobre a terra, sobre as costas infinitas do mar
sobrevoam suave, têm o coração de mel para com todos os homens:
de ferro tem em diverso coração, de bronze implacável em seu peito
a alma se acomoda; e quando, uma vez que agarrou um mortal,

nunca mais o deixa; detestam até os Imortais. -

Hesíodo Teogonia 758 - 766

Os Seres Humanos percorrem a terra e o mar, amparados por Zeus, seguros ao dirigirem-se. Os Seres Humanos entregam-se aos Deuses. Mas quando devem enfrentar Noite Negra e o vasto Tártaro devem tomar em suas mãos o seu vir a ser específico. Devem condensar a si mesmos. Não existe espaço para o abandono, pois estão percorrendo o caminho dos Deuses e, portanto, de ferro deve ser o coração deles e o ânimo deve ser sólido como o bronze. Porquanto este é o modo de Ser no amplo Tártaro e deste modo Noite Negra se apresenta, desapiedada em seu peito, porque não permite a quem, não estando em condições de solidificar a si mesmo, alcance o conhecimento e a sabedoria. Noite Negra mantem sempre aquele que pilha, seja o que destrói a si mesmo, destruído pelos filhos de Disputa, seja o que mergulha no infinito das suas transformações batendo às portas do Olimpo.

*NOTA*: As citações da Teogonia de Hesíodo são extraídas da tradução de Ettore Romagnoli "Hesíodo os poemas" Edição de Nicola Zanichelli Bolonha 1929

Nota através da transmissão radiofônica do ano 2000 - início da revisão 18 de setembro de 2014

Revisão

Marghera, 28 de outubro de 2014

A tradução foi publicada 23 de janeiro de 2016

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

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Claudio Simeoni

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A análise da Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã forjou uma visão própria do mundo, da vida e do vir a ser das consciências desde as origens do tempo. Tais ideias coincidem no tempo presente com as ideias das religiões e dos primeiros cultos antes da chegada da filosofia, e foram hostilizadas militarmente pelo ódio cristão contra a vida. Analisar Hesíodo nos permite clarificar o ponto de vista da Religião Pagã.