O campo de extermínio cristão
de Schitopolis ou Skitopolis

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

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O campo de concentração, extermínio cristão

Skitopolis é a atual cidade de Beth Shean na Jordânia ocidental.

O campo de extermínio de Skitopolis foi um desejo do imperador cristão Costanzo [fala-se aqui, naturalmente, de Costanzo filho de Costantino] que tinha aos seus pés o poder personificado, por meio de um vasto aparato de policia secreta, aplicando gratuitamente métodos de terror.

No ano de 359 d.c. em Skitopolis abriu-se um processo contra os seguidores das Antigas Religiões que consultassem Oráculos, ostentassem símbolos religiosos ou tivessem passeado por entre as tumbas durante a noite.

De modo que, para a tutela dessas investigações, o imperador confiou o cargo a Paolo cognominado de "Tartareus", que era conhecidíssimo pela sua habilidade em tirar proveito das torturas e dos sofrimentos alheios. Segundo Ammiano, Costanzo inaugurou na Palestina um verdadeiro e categórico regime de terror. Os historiadores contemporâneos nos dizem a respeito de Ammiano: "As informações provêm diretamente das fontes, segundo nos consta, e isoladamente literárias." [ do dicionário de Antiguidades Clássicas - Garzanti Voce Ammiano Marcellino].

Esse Paolo parece ser originário da Espanha e talvez cristão ariano. Tinha entrado para a carreira política como perseguidor de quem fosse acusado outras traições. Parece-nos que entre as suas atividades estava a de perseguição contra os cristãos Donatistas na Africa, e os seguidores de um tal Silvano, que depois de ter combatido ao lado de Costanzo, enlameou-se em intrigas acerca de brigas e ciúmes de corte, e posteriormente difamado através de cartas falsas (entendemos que os cristãos sempre mantiveram essa conduta para difamar os adversários para depois torturá-los e matá-los). Ele foi assassinado pelos sicários de Costanzo, chamados de "braccati " e "cornuti". O imperador cristão Costanzo estabeleceu que todos os amigos e admiradores de Silvano fossem submetidos à tortura.

O processo contra os seguidores das Antigas Religiões para o consequente envio deles ao campo de extermínio de Skitopolis foi uma farsa.

O legítimo juiz para tal procedimento foi destituído do cargo. Um tal de Ermogene foi arrastado com a ira dos cristãos porque tornou-se conhecido por suas consultas aos Oráculos, para a corte de Licini, mas principalmente porque amava passar parte dos dias no templo de Diké (a Justiça).

No lugar dele foi escolhido o cristão Modesto. Um juiz de carreira "pau para toda obra". Domizio Modesto, da corte de Costanzo, e que, segundo as suas conveniências, mudava de religião: um verdadeiro transformista. Cristão debaixo de Costanzo, porém converte-se ao "paganismo" debaixo de Giuliano. Depois da morte de Giuliano permitiu ser batizado por um cristão ariano, que estava a serviço de Valente (um cristão ariano), perseguindo com ardor os católicos (entre os quais o padre da igreja Basilio). Com Basilio, depois, não lhe faltou mantença às relações epistolares. Todo esse transformismo proporcionou-lhe grandes riquezas. De maneira que iniciou a sua carreira como pobre, mas encerrou-a sendo um dos maiores proprietários de terra daquela época.

Esse personagem não hesitou em fazer massacrar todos os seguidores das Antigas Religiões, pobres, no campo de concentração de Skitopolis. Nessa conformidade, massacrou-os inclusive por simples atos totalmente irrelevantes, pelo fato de alguns terem usado um símbolo religioso contra a malária, ao passo que poupou as vidas de seguidores das Antigas Religiões, ricos ou nobres (jamais tomou-se conhecimento disto).

Sempre na mesma zona, na Palestina, enfureceu-se Gallo, primo de Costantino e fugitivo das carnificinas do ano 337 d.c. Um cristão bom que ameaçava continuamente Giuliano exigindo que ele retornasse ao cristianismo. No ano de 351 d.c., ano da sua investidura a Cesar, transferiu as relíquias de san Babila para o célebre santuário de Apolo em Daphne, profanando os lugares de culto das Antigas Religiões.

Para compreender-se como pôde ser construído o campo de extermínio de Skitopolis é necessário enquadrá-lo na ocupação do imperador cristão Costanzo, e na ocupação de destruição sistemática levada a cabo pelos cristãos. Um reinado de verídico terror.

Em 346 d.c. foi imposto, por meio de um édito, o fechamento imediato dos templos da cidade, e em 356 o fechamento de todos os templos sem exceção.

"Desse modo os homens malvados não poderiam mais praticar o mal: essa era a justificação oficial pelos ataque que se iniciavam contra os edifícios de cultos pagãos."

O imperador cristão Costanzo havia decretado o confisco de bens e a morte para quem entrasse nos templos, ou fizesse sacrifícios, enunciando que " quem praticar esses crimes, a espada da vingança o abaterá." Costanzo foi o primeiro imperador que iniciou a perseguição de morte contra os seguidores das Antigas Religiões, e ISSO SOMENTE PELO FATO DE SEREM SEGUIDORES DAS ANTIGAS RELIGIÕES!

Libanio escreve a respeito de Costanzo: "herdou do seu pai a centelha do mal, e dessa centelha fez arder um grande incêndio, saqueando as riquezas dos deuses, destruindo os templos e ignorando os preceitos divinos."

Karlheinz Deschner:

"Em 358, o imperador ameaçou com punição de tortura também os homens do seu círculo, que desfrutavam de uma posição privilegiada, nos casos de eles recorrerem a advinhos ou a magos. Se o culpado negasse, a pena a ser infligida deveria ser particularmente cruel: de fato, a vítima era punida com um instrumento de tortura em forma de um cavalo de madeira aonde existiam garras de ferro que lhe rasgava as carnes do corpo. Suplícios e tormentos que estavam de acordo com a ideia de fé do soberano, a mesma das numerosas gerações de cristãos. "A sinceridade das suas convicções religiosas escapa de qualquer dúvida...A fé cristã para Costanzo não era uma fórmula vazia, mas era uma norma de vida que agredia não somente a esfera da moral e da religião, mas a totalidade da pessoa do imperador." (Schultze). [Schultze Geschichte,I, p. 73, pp 89s.]."

Os cristãos ocuparam-se em violar altares e templos Pagãos. Cirillo em Heliópolis torna-se famoso pelas suas destruições e pelo seu ódio. O sacerdote Marco, na Síria, fez com que fosse destruído um santuário (depois disto Giuliano encolerizou-se). Os cristãos na Capadócia demoliram o templo de Zeus e de Apolo. Em Alexandria, no Egito, o cristão Georgios destrói um grande número de santuários. Constantemente os cristãos roubavam as armas e uns se puseram contra os outros. Uma onda de ferozes destruições ergueu-se, por ordens do imperador Costanzo, desencadeando-se por todo o império.

A violência foi mormente contra o sentimento religioso. Ambrogio, por desprezar o sentimento religioso Antigo, escreve:

"Portanto, também a nossa fé é a colheita do ano; a graça da Igreja é a arrecadação dos méritos, em virtude da qual, viçosa nos santos desde a origem do mundo, mas nos últimos tempos difundiu-se entre os povos, porque todos compreenderam que a fé em Cristo não é penetrada por almas incompetentes (porque não há vitória verdadeira sem adversários), mas, depois de ter esmagado a crença que antes predominava, por justiça escolheu-se pela verdadeira."

E ainda:

"Se os velhos rituais caminhavam bem, por que a Roma de sempre entregou-se a rituais estrangeiros? Deixemos de lado a terra pavimentada por um preço caro e os casebres campestres reluzentes de ouro pervertido. Mas, para responder ponto por ponto às lamentações deles, pois acolheram os ídolos das cidades conquistadas e os deuses vencidos e os rituais estrangeiros, diligentes imitadores de uma superstição exótica? De onde colheram o culto a Cibele que lava a sua carruagem nas águas do Almone, símbolo de um outro rio? De onde os padres frígios e as divindades odiados pelos Romanos, da Cartago inimiga? Aquele númen que os Africanos adoram como sendo Celeste e os Persas como Mitra, os demais adoram-no como Vênus, o nome é diferente, mas a divindade é a mesma. Assim, acreditaram que a vitória fosse uma deusa, que certamente é um dom, não uma potência: doa-se, não se controla, graças às legiões, não ao poder das religiões. É portanto uma grande deusa aquela que é devida aos soldados numerosos ou a foi doada pelo resultado das batalhas!"

Tudo isso para ofender o sentimento religioso do velho Simmaco que não compreende que a Antiga Pietas foi substituída pelos cristãos por "pietismo sanguinário", que antecipa o massacre daqueles que não se colocam de joelhos.

Gregorovius escreve em "A História de Roma na Idade Média", Vol. primeiro, ed. Universale Tascabile Newton:

"Em Roma os cristãos triunfaram ao ponto de Serena, esposa de Stilicone, entrar ao templo de Rea, apanhar do pescoço da DEUSA a sua preciosa joia e atá-la em seu pescoço. A última Vestal, que tinha presenciado a este ultraje, derramando lágrimas de desespero, pronunciou contra Serena e toda a sua estirpe a maldição da DEUSA; e esta maldição se realizou. A Chama Sacra de Vesta se apagou para sempre. As vozes das Sibilas e do Oráculo de Delfos emudeceram. [nota Gregorovius: os santuários de Vesta permaneceram nas trevas por longos séculos e foram levados novamente à luz em 1883. Nota Claudio Simeoni: depois da união da Itália com a derrota do Vaticano!]

Serena, esposa de Stilicone, sofreu a maldição da última Vestal.

Durante o ataque de Alarico, Serena foi acusada pelo Senado de conspiração com o inimigo. Galla Placidia assinou a condenação à morte de Serena e esta foi decapitada alguns anos antes do seu marido. Serena foi degolada por questões de poder entre os cristãos, só que ainda a lembrança permanecia:

"... pela morte de Serena alegou-se o motivo verdadeiro ter sido a vingança de Cibele (Rea), correlacionando-se àquela cena vista, anos antes, em que Serena tinha roubado um colar da DEUSA para adornar-se."

Mas como era a situação social imposta pelo cristianismo por volta no ano 400 d.c.?

"O cristianismo obstinado em interesses temporários, jamais havia proposto a abolição da escravidão e nem aliviava as condições exaustivas do trabalhador, nem tampouco as condições impostas à quais o contribuinte tinha de se sujeitar: haviam pessoas que, para pagarem os impostos, chegavam a vender escravos e até os próprios filhos. Era um regime de apropriação das pessoas, que era programado pelos imperadores alucinados com o problema da defesa; imperadores que haviam seguido carreira desde soldado em diante e, portanto, não tinham nenhuma outra experiência a não ser a militar."

E foi nessa situação que foi engendrado o Campo de Concentração para os Pagãos.

"Penas atrozes estavam previstas para os hereges, pagãos, desertores, os fugitivos de impostos, apóstatas, os considerados bandidos, adúlteros, sedutores: a tortura era a praxe normal."

Não temos notícias do número de pessoas que foram exterminadas no campo de extermínio de Skitopolis. O que sabemos é que numa situação desse tipo, pela lógica, foram inúmeras as pessoas torturadas e exterminadas; esse extermínio de Seres Humanos constitui o conceito fundamental da bíblia dos cristãos, que teve em Skitopolis a pratica da teoria (contida na bíblia), e é uma execução que continuará nos séculos vindouros.

Os seguidores das Antigas Religiões resistiram como puderam diante de uma ferocidade tal que terminou com a submissão do indivíduo. Uma desumanidade que jamais teve precedentes na história do homem.

Em 357 d.c. Costanzo manda retirar do Senado Romano a estátua da DEUSA Vitória lá colocada por Augusto vinda de Taranto. Diante daquela estátua os Senadores juravam fidelidade ao Imperador. Diante de tanto ultraje, o velho Senador Simmaco chora e lamenta a ofensa que o seu sentimento religioso sofreu.

Em sua recordação Simmaco se expressa:

"Que não se cogite que eu esteja defendendo somente a causa da religião: em virtude deste tipo de acontecimento é que agora surgiram todas as desgraças que recairão sobre tudo o que se refere à Roma. A lei dos antepassados havia honrado as Virgens Vestais, e os sacerdotes com uma renda modesta e com privilégios limitados. Tal contribuição permaneceu inalterada desde quando cobradores de impostos, mesquinhos, transferiram aos miseráveis transportadores o subsídio alimentar da castidade sagrada. Uma míngua foi conquistada e a expectativa de todas as províncias foi frustrada por uma colheita miserável."

E ainda Simmaco ao que se refere à coisa pública:

"Que seja benéfica a dedicação a uma associação ilibada destinada à salvação da coletividade e mantida a eternidade do Império, com a ajuda do Céu, obter as vossas armas, junto à vossas sumidades o apoio de potências amigas, votarem com eficiência ao interesse de todos, para depois não haver o direito de todos? Então é melhor ser escravo aos serviços dos homens. Danificamos o Estado, onde o ingrato jamais será útil."

Valentiniano III dirá:

""Entre as outras angústias, que nos oprimem por amor ao nosso Estado, sobre a majestade do Império pesa de um modo particular a responsabilidade da religião...- A "audácia desequilibrada", a "obstinação criminosa" dos Judeus, Hereges e Pagãos é tal ao ponto de obrigar os Imperadores a faltarem com a sua famosa clemência e excluí-las dos departamentos públicos e exigirem sanções mais graves: "devemos, pois, suportar ainda que o ritmo das estações seja subvertido e excitada a cólera dos céus por culpa dos Pagãos, que cruéis na profanação deles, não sabem manter o equilíbrio das estações? Por qual outra razão a Primavera perdeu a sua costumeira doçura, e um verão infecundo desilude o agricultor na esperança das suas colheitas, e o inverno com frio pungente e extremo rigor condena os terrenos à esterilidade? Quando tivemos coisas semelhantes se a natureza para ela mesma punir o profanadores não violasse a sua própria lei?.."

E ainda Valentiniano no ano de 445:

"...não há dúvida de que somente a proteção, que é verdadeira às nossas pessoas e ao império, que consiste na benevolência da Divindade Suprema e que o único meio para obtê-la é a fé cristã e a religião... Os privilégios dos nossos santos predecessores outorgados à Igreja de Roma são conservados, Ezio, padre predileto."

Sempre por Gregorovius:

"De fato,em contraste com as leis que proibiam todo sacrifício Pagão, ainda no século V, atribuíam-se aos sacerdotes da Antiga Religião a tarefa de fornecerem ao povo jogos no circo e no anfiteatro. Nas encruzilhadas das estradas erigiam-se ainda edículas das Lari Campitali e o poeta cristão Prudenzio lamentava que Roma não tivesse não somente um, mas muitos milhares de Gênios, de cujas imagens e símbolos pudessem ser vistos em todos os lugares, sobre portas, sobre casas, nos balneários, em cada ângulo. Ainda Girolamo se indignava da astúcia dos Romanos que com a desculpa para a proteção da casa deles, penduravam tochas e lanternas diante das imagens da antigas divindades protetoras. [nota Gregorovius: Mais tarde as lâmpadas foram acesas diante da imagem de Nossa Senhora ao invés de serem diante das Lari.]"

Depois disso, a igreja cristã católica construirá um campo de extermínio grande como a sociedade civil. Cercado de arame farpado pela sua específica moral e vigiados pela guarda armada da inquisição. Cada católico se transformará em um inquisidor, à imagem e semelhança do seu próprio deus, juiz da moral dos outros e pronto a criticá-la e a atormentá-la de todos os modos que lhe forem permitidos.

As câmara de gás serão as torturas e as fogueiras com as quais a igreja católica se divertirá em "discutir" com os seus adversários religiosos. Serão os tormentos, o desprezo, as zombarias com que a igreja católica fará uso para instigar ao desdém e ao ódio religioso contra aqueles que não estará capacitada para fazer prevalecer a sua doutrina específica nem o seu próprio poder de domínio.

Quem esquece está condenado a recordar revivendo a mesma dor que uma memória covarde cancelou!

Este texto foi escrito com testemunhos dos textos, as citações e as referências de:

- Gregorovius "História de Roma na Idade Média" ed. Newton

-Lidia Storoni Mazzolani "Galla Placidia" ed. BUR

- "A Máscara da Tolerância" ed. BUR

- Karlheinz Deschner "Historia criminosa do cristianismo" ed. Ariele

"Antiguidade Clássica" dicionário Garzanti

29 de outubro de 2006

A tradução foi publicada 20 de abril de 2016

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

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