Caca - fidelidade a si mesmos

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

A lealdade está nos princípios individuais, nas necessidades particulares, nos desejos próprios e não em um dono exato, isto é, específico, como o próprio pai, o próprio irmão, etc. Nunca honrar e colocar deveres diante e acima dos princípios pessoais, dos desejos particulares, das necessidades próprias e da visão pessoal do mundo e da vida. Sempre existem problemas, dificuldades, quando são colocados deveres e reverências em oposição aos princípios e necessidades individuais.

Desejos, obrigações, princípios e relacionamentos com a objetividade devem sempre estar em harmonia, jamais o que fazemos deveria discordar com aquilo que desejamos executar.

Caca é essencialmente um imperativo moral nascido do coração dos Seres Humanos em oposição ao querer e ao mando de um Comando Social, nesse caso o irmão Caco que furta de Hércules os gados, tem o escopo de sujeitar os Seres Humanos impondo e mostrando-se, a si mesmo, como objeto de reverências e incumbências alheias.

Caca age por Si e para Si. Ele obedece aos desejos e às necessidades próprias. O verme (e peço desculpas ao Ser Verme pela comparação) é Caco que, pelas suas escolhas, imporia aceitação, submissão e fidelidade.

Com qual direito imporia fidelidade senão em virtude de sua força e da sua prepotência? O que Hércules confiou a Caca não é sabido, certamente era capaz de satisfazer algum desejo que Caco, através da imposição à obediência ao seu domínio exclusivo, impedia-lhe a satisfação de tal desejo.

Somente o imbecil que se fazia passar pelo filho do carniceiro de Sodoma e Gomorra roga aquilo que Caco impunha a Caca.

"Judas o teria traído". Assim berra João, o evangelista. Vocifera! Mesmo se a descrição de João fosse verdadeira (mas não é, pois foi construída para fins de propaganda) Judas teria, de qualquer modo, agido por Si, seguindo suas convicções próprias, com determinações individuais ; enquanto o imbecil, que se fazia passar pelo filho do açougueiro de Sodoma e Gomorra, compelia à aquiescência e sem direito à críticas às suas afirmações particulares, afirmações aquelas com as quais se fazia passar como o proprietário dos homens, porque seria o filho do proprietário dos homens.

Caca, por esse motivo, reafirma o direito à liberdade. Não uma liberdade qualquer, mas a liberdade do próprio corpo e da ação individual para construir o próprio Poder de Ser.

A vocês aparece, Ela, a honrada em si mesma como um Ser Eterno; eternamente presente nos corações dos Seres Humanos.

Liberdade de não ser subordinada à reverências e imposições, mas para viver e agir por Si!

Esta é Caca!

Este modo de estímulo, de um Ser, vive em nós, sufocado com frequência pelo autoritarismo moral imposto pelo Comando Social e aguentado devido ao desespero de quem, decepando as conexões com a existência, tem necessidade de uma bengala na ocasião da sua própria velhice.

Assim Caca, sendo forçada a se calar, diante de reverências e ônus, estranhos ao Ser Humano, manifesta-se por meio de uma insatisfação e de uma intolerância. Apenas pequenas raivas limitadas são demonstradas. Quem não é capaz de se libertar do Condicionamento Educacional, exigido socialmente, vive os conflitos que estão entre a observância de comportamentos forçados e a necessidade de seguir por uma vereda que conduz ao desenvolvimento do Poder de Ser individual e, deste modo, rompendo com os dogmas da educação impostos.

Quando Caca morre dentro do Ser Humano, morre também a esperança de alcançar a liberdade; e consequentemente morre o estímulo para o desenvolvimento do Poder de Ser pessoal.

Quando Caca morre, o Ser Humano há tempo já se encontra de joelhos, subjugado aos opressores, obedecendo-os; e quem está nessas circunstâncias já não detém mais o seu vir a ser, nem satisfaz suas carências particulares, pois a sua ação se reduz em reproduzir as dificuldades existentes que a sociedade lhe impôs.

Recordar Caca significa recordar de si mesmos, como um pequeno universo no Universo.

Significa recordar como a satisfação das necessidades individuais resulta em uma situação objetiva harmoniosa, onde ninguém é obrigado a ajoelhar-se diante de um patrão covarde qualquer, deus celerado, pois o inverso significa que o indivíduo privou-se de sua capacidade de alcançar o intento e o escopo das suas próprias ações.

Recordar Caca é reconhecer aquilo que fazemos, num mundo que age em relação a nós. Recordar Caca significa que nós somos livres ao escolhermos.

Recordarmo-nos de Caca ampara-nos no sentido de não olvidarmos o que é e o que não é importante naquilo que fazemos, bem como nas escolhas que colocamos em ação na nossa vida.

 

Texto de 1993

Revisão no formato atual; Marghera, 02 de fevereiro de 2017

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 31.07.2018

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.